quinta-feira, 10 de março de 2011

Juventude Clichê


Infelizmente também faço parte dessa juventude... dessa geração que xinga no Twitter mas não vai as ruas protestar, enfim comentem.   


Sem nada na cabeça além de luzes no cabelo e bonézinho Oakley. Só acham o que as amigas acham, só leram Crepúsculo e Harry Potter. Se emocionaram com Um Amor Pra Recordar e riram assistindo Freddie Mercury Prateado. Consideram Madonna música antiga e amam Bonde do Stronda. Malhação? Programa obrigatório pra não faltar assunto na hora do lanche. Balada? Psy e Trance. Fim de semana? Shopping. Literatura? Algum trecho de uma poesia de Clarice Lispector  tirado do msn ou fotolog de alguém.
Apesar de tudo são seres pretensiosos, barraquentos, filosóficos e sem nenhum pensamento interessante a passar pros outros. Por que as pessoas querem ser assim?

terça-feira, 1 de março de 2011

Eu sou agnóstico, ateu e deísta

Refletindo sobre o que penso de Deus, concluo que sou um agnóstico tendendo ao ateísmo, simpatizante do deísmo. Vou explicar por partes:
Sou agnóstico porque a existência de Deus é indiferente a mim. Não recorro a Ele, não frequento Igreja, não rezo, não sinto necessidade de crer. Também não sofro as mágoas de ser um “descrente”. No entanto, respeito quem tem religião e não me alinho aos que pretendem extermina-la.
Gosto quando carinhosamente me dizem “fique com Deus”, porque sei que está associado a coisas boas. Reconheço a importância que a religião tem como um aspecto cultural, na história e no dia-a-dia, principalmente no âmbito pessoal (a satisfação espiritual do indivíduo). Mas sou defensor do estado laico, e a religião para por aí, sem ditar regras sociais e/ou políticas.
Tendo ao ateísmo porque não acredito no Deus bíblico, no criacionismo, no destino, no céu/inferno, nem na figura personalizada divina. Minha laicicidade me impede de ver positivas as regras que os livros sagrados impõem sobre alimentação e casamento, por exemplo.
Sou adepto da expressão “a existência precede a essência” (que configura o existencialismo) e não creio que um Deus preveja a essência do homem, do qual seríamos parte. Acredito no livre-arbítrio, na liberdade de construir sua própria identidade baseada nos seus próprios valores.
Relaxado
Simpatizo o deísmo porque a ideia de pensar num Deus à sua maneira, livre de juízos morais religiosos, te dá a liberdade de chamar de Deus o que você quiser. Posso ver Deus nos estímulos às pessoas que praticam boas ações, posso ver Deus na sensação de que as pessoas falecidas estão vivas dentro de nós.
Parece paradoxo ser esse misto de visões diferentes? Depende do sentido que se atribui a Deus. Como agnóstico, falo do sentimento de Deus na minha vida pessoal; como ateu, falo de Deus como a figura das crenças tradicionais; como deísta, falo da nomeação de Deus a coisas nas quais a matéria se faz ausente (embora eu mais simpatize do que seja de fato).
Deve ser por isso que me comporto, às vezes, como um agnóstico daqueles bem “tanto fez, tanto faz”, ou como um ateu do tipo “nem vem com Bíblia”. Sobre isso, não mais o que dizer.